Desde o dia 1 de outubro de 2023 foi dada a largada na redução dos voos do Santos Dumont, para que fosse redirecionados para o aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, mais conhecido como aeroporto do Galeão, no bairro da Ilha do Governador, no estado do Rio de Janeiro.

Interferência do governo do Rio na escolha dos passageiros

Foto: Infomoney – Aeroporto Santos Dumont – Centro RJ

Uma medida tomada pelo então prefeito Eduardo Paes, que pelo visto não entende absolutamente nada de como funciona a malha aérea, e também não deixou na condução de pessoas que sabem lidar com o assunto.

Mas qual o sentido de se limitar o teto anual de passageiros no aeroporto Santos Dumont ou a limitação de um raio de abrangência de operação das aeronaves? Por que ao invés de melhorar a infraestrutura do aeroporto do Galeão e melhor também os acessos para aquela localidade, melhorar a segurança para as pessoas que estão indo para aquele local, visto que, a principal e praticamente única via de acesso aquele local, é rodeada de comunidades e frequentemente acaba sendo fechada por conta de confrontos policiais.

Foto: G1 – Linha amarela fechada por causa de troca de tiros entre policias e narcotraficantes.

Tirar o direito de escolha e de livre concorrência é a solução? Ao invés de melhorar, a solução mais rápida é proibir? Isso não faz o mínimo sentido, ao tomar essa atitude o aeroporto do Santos Dumont, pode acabar deixando de ser atrativo para algumas empresas, visto que a demanda se limitará a um raio de 400km do aeroporto, salvo o aeroporto de Brasília, mas por que o aeroporto de Brasília?

Na cabeça do prefeito fazendo isso vai “equilibrar o jogo” entre os aeroportos, mas ao invés de fazer isso, por que não copiamos o exemplo de São Paulo? Ambos os aeroportos têm facilidade de acesso, uma ampla estrutura e inclusive uma conexão entre os aeroportos, pode-se usar um ônibus direto entre os terminais ou até mesmo um ônibus que faz esse trajeto, trens e metrôs e a opção dos passageiros de como fazer essa conexão de maneira rápida e eficiente.

Na realidade o Rio de Janeiro já deixou de ser tão atrativo para os turistas, uma vez que o investimento nessa área não esta sendo o suficiente, os constantes assaltos a turistas, mortes, troca de tiros e muitas outras coisas que acontecem na cidade, as coisas estão tão sem controle que no dia 5 de outubro, um médico que é do interior do estado da Bahia, estava visitando o estado pela primeira vez, para um congresso médico, foi confundido com um miliciano e sem mais e nem menos, um grupo de narcotraficantes que passavam pelo local, viram o médico sentado junto com amigos em um quiosque na beira da praia, fizeram o retorno e foram matar o turista, sem mais e nem menos, sem falar e nem nada, ele e seus amigos foram alvejados e o Perseu, o médico turista, foi executado e um amigo que estava com ele foi baleado, pelo simples prazer dos traficantes, por terem achado que aquele era um rival seu.

Foto: Terra – Médicos no quiosque na beira praia momentos antes do ocorrido.

Isso sem falar nos inúmeros roubos que acontecem diariamente nas orlas das praias e em alguns pontos turísticos da cidade, colocando os bens materiais e a vida dos turistas e também dos moradores da cidade do Rio de Janeiro em risco, além de algumas regiões da cidade possuírem números de roubos e sequestros ainda maiores do que nas áreas turísticas. Tal qual tivemos o desprazer de presenciar cenas lamentáveis na última terça-feira (24/10/2023) quando milicianos da zona oeste da capital, colocaram fogo em diversos ônibus e até mesmo em trens.

Como turistas vão ficar atraídos em conhecer uma cidade que está largada a Deus dará?

O que o que os governantes do estado do Rio de Janeiro precisam fazer é muito mais do que trocar os voos de um aeroporto para o outro, o caso é bem mais profundo e trabalhoso, fazer essa troca de maneira arbitrária e sem nem ao menos tentar saber a opinião da população e de verdadeiros especialistas da área, não vai resolver o caso do Galeão e pode piorar o caso do Santos Dumont, pois como já dissemos acima, a limitação e consequentemente a diminuição da demanda de pessoas no aeroporto Santos Dumont pode gerar desinteresse nas empresas que lá tem suas lojas em fechar, dependendo da diminuição dessa demanda de pessoas, consequentemente, vão ter pessoal mandando embora e a responsabilidade de realocação dessas pessoas novamente no mercado de trabalho vai ser de quem, dos representantes públicos do estado do Rio de Janeiro? Claro que não, o deles já está garantido, por isso não se preocupam e tentam mostrar serviço com um desserviço como esta realocação da malha aérea para um aeroporto que não tem acesso a ele, a não ser táxi e uber, mas se quiser ir de meio de transporte público, a pessoa tem que pegar um BRT que costuma andar lotado e que também passa por vários locais que constantemente tem conflitos entre traficantes e policias, o que pode gerar fechamento das vias, mas fica uma questões, se o passageiro perder o voo por conta de uma ocorrência dessas, o senhor Eduardo Paes vai arcar com os valores da remarcação do voo? Afinal, a ideia de tal mudança partiu dele.

Em declaração ao Metropolis, o prefeito disse: “Isso equilibra o jogo de aeroportos no Rio e não coloca em risco a população que se utiliza do Santos Dumont. Eu hoje vou pousar no Santos Dumont e tenho medo porque é uma quantidade enorme de aeronaves”

No link a seguir você pode ver o vídeo da íntegra. https://www.instagram.com/reel/Cy1DEqFLbmn/

Com tal declaração podemos ver claramente o nível de conhecimento do prefeito sobre tal assunto.

Além do mais, a facilidade de se acessar o aeroporto Santos Dumont para os principais pontos turísticos da cidade é muito maior e melhor, seja por meio de transportes públicos ou táxi e os ubers.

O tempo médio de deslocamento entre o aeroporto Santos Dumont e a praia de Copacabana, por exemplo, é de cerca 17 minutos de carro e de 35 minutos de VLT + Metrô, em contra partida, o deslocamento entre o aeroporto do Galeão e a praia de Copacabana é de 45 minutos de carro e de 1:30h de transporte público.

Já a média de valor nos aplicativos de transporte, como a Uber e a 99 ficaria da seguinte maneira: SDU R$18,00 e já o GIG R$42,00. (Valores cotados no momento do fechamento desta matéria).

E vocês, o que acham, acham que é uma mudança certa e válida? O que vocês fariam se perdessem um voo por conta de interferência inerente a sua vontade durante o trajeto até o aeroporto?

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